Economia

ES tem 49 obras prioritárias para melhorar infraestrutura, aponta CNI

Estudo aponta melhorias que podem ser realizadas em diversas áreas, como transporte, energia e telecomunicações, para melhorar a infraestrutura na região Sudeste

ES tem 49 obras prioritárias para melhorar infraestrutura, aponta CNI ES tem 49 obras prioritárias para melhorar infraestrutura, aponta CNI ES tem 49 obras prioritárias para melhorar infraestrutura, aponta CNI ES tem 49 obras prioritárias para melhorar infraestrutura, aponta CNI
Foto: Divulgação

Um estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em todo o Sudeste aponta 49 melhorias em infraestrutura que devem ser prioridades no Espírito Santo. Entre elas, estão recomendações para áreas de transporte, energia, telecomunicações e saneamento básico.

A duplicação de trechos da BR-101 é uma das melhorias propostas, assim como o aumento da capacidade da malha ferroviária, a adequação de portos e aeroportos e a expansão das redes de gasoduto no Estado.

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De acordo com o estudo “Panorama da Infraestrutura”, 36% dos empresários industriais consideram as condições de infraestrutura do Sudeste como regular, ruim ou péssima.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou que o relatório busca contribuir para a melhoria da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia. 

O setor produtivo brasileiro sente o elevado déficit de infraestrutura e os efeitos da deterioração das condições nessa importante área da economia. Estradas sem conservação, energia cara e restrições para o o aos principais portos repercutem diretamente na competitividade da indústria nacional e na atração de investimentos para o país”, afirma Alban.

O Sudeste é responsável por 52% do PIB industrial brasileiro. Isso reflete em grandes desafios para modernização dos os portuários, exploração de petróleo no pré-sal e aproveitamento de fontes renováveis como as hidrelétricas.

Os maiores problemas de infraestrutura no Sudeste estão associados ao transporte rodoviário e às condições de o marítimo aos principais portos. A precariedade das rodovias públicas e o comprometimento da capacidade no Porto de Santos preocupam o setor industrial”, destacou o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.

Veja abaixo as melhorias propostas para o Espírito Santo: 

MELHORIAS EM RODOVIAS

BR-262 (João Monlevade ao Espírito Santo): Direcionar recursos públicos para a duplicação do trecho entre João Monlevade (MG) e Viana (ES), considerando a falta de atratividade do trecho para a iniciativa privada.

BR-101: Agilizar a duplicação de trechos da rodovia no sentido Sul, principalmente no trecho de Jabaquara a Safra. Iniciar e realizar com urgência a duplicação do trecho Serra a João Neiva, paralelamente à execução dos contornos de Fundão e Ibiraçu.

BR-259: Elaborar com urgência a modelagem para concessão ou inversão de recursos federais e estaduais para duplicação da rodovia.

BR-262: Elaborar com urgência modelagem para concessão parcial e/ou inversão de recursos federais e estaduais para duplicação ou implantação de novo trecho entre Viana e Marechal Floriano e implantação de terceiras faixas em pontos críticos.

BR-342: Elaborar projeto de engenharia e implantar o trecho de Sooretama à divisa ES/MG, com extensão de 209,9 km. A BR-342 conecta Carinhanha, no sudoeste da Bahia, a Sooretama, no Espírito Santo, ando por Teófilo Otoni.

BR-447/ES: Melhorar o nível de serviço do corredor logístico com 4,33 km que interliga as BR-262 e BR-101 com o porto de Capuaba, através da conclusão das obras de implantação e pavimentação, incluindo obras de arte especiais.

BR-482/ES: Construir o Contorno de Cachoeiro de Itapemirim (ES) através da implantação, pavimentação e/ou adequação da capacidade do entroncamento com a BR-101 (Safra) ao entroncamento com a BR-484.

ES-381 (BR-381): Reabilitação com recuperação e implantação de acostamentos no trecho entre Nova Venecia e Governador Valadares e implantação de terceiras faixas entre Nova Venecia e São Mateus. Incluindo urgente recuperação de queda de barreira próximo a Nova Venécia.

ES-257: Realizar obras de restauração e de duplicação no trecho entre a BR 101 e a ES 010.

Contornos Norte e Sul de Aracruz: Realizar as obras de implantação e pavimentação.

ES-445: Reabilitar a rodovia com implantação de terceiras faixas no trecho entre a BR 101 e a ES 010.

ES-264: Reabilitar e pavimentar a rodovia entre a ES 115 e a Chácara Oriente.

Ligação entre o ES-264 e o Contorno do Mestre Álvaro: implantar e pavimentar rodovia entre a Chácara Oriente e a BR 101 na PBA Stones.

Contorno de Jacaraípe e Nova Almeida: Concluir as obras de implantação e pavimentação da Av. Minas Gerais (ES 115 – Nova Almeida).

ES-010: Reabilitar a rodovia no trecho de Santa Cruz (Final da ponte de Piraqueaçu) a Barra do Sahy (2ª Ponte) e no trecho de Nova Almeida (Praia Grande) a Santa Cruz (Final da Ponte Piraqueaçu). Projetar e construir ponte sobre o Rio Doce conectando o entroncamento da ES 245 com o entroncamento da ES 248.

ES-162: Reabilitar a rodovia no trecho do entroncamento com a BR 101 em Presidente Kennedy ao entroncamento com a ES 060 (Balança), incluindo a implantação de contornos.

ES-060: Recuperar a estrutura da ponte sobre o Rio Itabapoana em Presidente Kennedy para capacitá-la ao tráfego de cargas pesadas.

ES-429: Reabilitar a rodovia no trecho entre o entroncamento com a BR 101 em Palmito e Palmital (para Urussuquara).

ES-010/ES-429: Implantar e pavimentar a rodovia no trecho de Pontal do Ipiranga no entroncamento da ES-429 a Urussuquara.

MELHORIAS EM FERROVIAS

Ferrovia Centro Atlântica: Aumentar a capacidade ferroviária da FCA para o ES. Atualmente limitada a 10 milhões de toneladas por ano, a concessão atual prioriza seus ativos portuários, principalmente em Santos e Aracaju, negligenciando a capacidade da unidade no porto de Tubarão. É fundamental fortalecer a conexão com a Estrada de Ferro Vitória Minas e aumentar a capacidade do trecho que liga a ferrovia ao complexo portuário de Aracruz.

Ramal Sul da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM): Garantir a implantação do trecho ferroviário entre Santa Leopoldina e o Porto de Ubu, em Anchieta, através de incorporação da obrigação de fazer ao contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitoria a Minas (EFVM), com estabelecimento de prazo para cumprimento. Esse trecho ferroviário deverá ser projetado em bitola mista.

Estrada de Ferro Vitória-Rio (EF-118): Determinar se o trecho continua sob concessão ou se fica disponível para autorização. Aprovar projeto e incluir no orçamento da União recursos para implantação do trecho ferroviário de Anchieta à divisa ES/RJ, com opção de extensão até a cidade do Rio de Janeiro. Esse trecho ferroviário também deverá ser projetado em bitola mista.

Ferrovia JK – EF 030: Apoiar a implantação da estrada projetada pela Petrocity Ferrovias, que poderá redirecionar ao ES parte da grande carga do agro e da mineração do país, já que a o Porto Petrocity e poderá ligar também o Porto Imetame. Além de conectar as malhas de bitola larga e métrica da região centro sudeste do país.

Ferrovia EF-352: Apoiar a implantação da estrada projetada pela Macro Desenvolvimento, que poderá se conectar com a malha central em bitola larga, e também ao Porto Central, também carreando parte significativa da carga do agronegócio e da mineração brasileira.

MELHORIAS EM PORTOS

Porto de Vitória: Intensificar a atenção e a atuação da Antaq e da Receita Federal sobre as operações da nova autoridade portuária privada do porto, a fim de eliminar com celeridade limitações de espaços para estocagem de contêineres, evitando e eliminando os atuais atrasos e cancelamentos de atracações de navios que causam severos prejuízos a importadores e exportadores.

Porto Imetame: Apoiar a realização das obras, garantir a aplicação de incentivos e financiamentos e agilizar licença de operação.

Porto de Barra do Riacho: Apoiar a implantação de novos empreendimentos na área greenfield do porto, viabilizando o atendimento a novo volume de carga.

Porto Central: Viabilizar a celebração de contrato take or pay com a Petrobras para viabilizar o início das obras e garantir a aplicação de incentivos e financiamentos.

Porto Petrocity: Acelerar a emissão das licenças prévia e de implantação e apoiar a realização das obras, garantir a aplicação de incentivos e financiamentos e agilizar licença de operação.

MELHORIAS EM AEROPORTOS

Aeroporto de Linhares: modelar concessão conjunta com o aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim. O aeroporto possui pista de 1.860 m por 45 m de largura, terminal de ageiros com 735 m² e estacionamento para 60 veículos. Conta com equipamentos de auxílio para pouso (PAPI) e está homologado para operação visual (VRF). Pode receber voos comerciais com até 180 ageiros e aeronaves até a classe Boeing 757-200. 

Aeroporto de Itapemirim: executar obras de melhoria em curso, aparelhar o aeroporto e modelar concessão conjunta com aeroporto de Linhares. As obras preveem ampliar o pátio de aeronaves de 6.600 m² e o terminal de ageiros destinado à aviação executiva de 410 m², além da construção de um novo terminal para a aviação comercial. Possui pista em asfalto de 1.200 m x 30 m, pista de taxiamento de 50 x 15 m, estacionamento de veículos com 1.500 m² e 3 hangares.

Aeroporto de Guarapari: Reformar o terminal de ageiros e reaparelhar o aeroporto, através de convênio entre prefeitura e Ministério de Portos e Aeroportos. Siglas: GUZ (IATA) – SNGA (ICAO). Dotado de pista asfaltada com 1.190 m de comprimento por 30 m de largura e tem operação diurna e noturna por aproximação visual. Já teve operação de voos comerciais, mas atualmente não há nenhuma empresa operando.

Aeroporto de Baixo Guandu: Reformar e ampliar o terminal de ageiros e reaparelhar o aeroporto, eliminando condições insatisfatórias de manutenção e segurança de voo, através de convênio entre prefeitura e Ministério de Portos e Aeroportos. Sigla: SNBG (ICAO). O aeroporto tem pista asfaltada com 1.200 m de comprimento por 30 m de largura e tem operação diurna por aproximação visual. Atualmente não há nenhuma empresa operando voos comerciais regulares.

Aeródromo de Ecoporanga: Ampliar a largura, o comprimento e asfaltar a pista de 960m x 42m com revestimento de terra. E construir terminal de ageiros, através de convênio entre prefeitura e Ministério de Portos e Aeroportos. Aeródromo não possui infraestrutura de auxílio ao voo e opera em condições visuais (VFR).

Aeródromo de Nova Venécia: Ampliar a largura de 10 m da pista que tem comprimento de 1.200 m em revestimento asfáltico e construir terminal de ageiros, através de convênio entre prefeitura e Ministério de Portos e Aeroportos. O aeródromo, não homologado, opera em condições visuais (VFR).

MELHORIAS EM DEMAIS ÁREAS

Rede de transmissão de energia: incluir nos estudos da EPE, e programar contratação para implantação, novas linhas de alta tensão que viabilizem a inclusão de empreendimentos capixabas de novas termelétricas e novas geradoras eólicas e solares de grande porte no sistema integrado.

Rede de distribuição: Melhorar a capacidade da rede de distribuição de energia, reduzindo as quedas de tensão e os desligamentos, principalmente no Norte do estado.

Subestações elétricas: Planejar e implantar novas subestações de alta tensão que possam receber as conexões de geradoras termelétricas projetadas.

Produção de biometano: Apoiar a implantação de duas fábricas de biometano até 2024 e quatro até 2026.

Rede de gasodutos de distribuição: Apoiar e facilitar a expansão a rede no Estado em 220 km até 2026 e 1.020 km até 2.034.

Terminais de regaseificação: Apoiar a atração de investimentos em pelo menos dois projetos de terminais de regaseificação no Espírito Santo, ponto central da malha de transporte costeira.

Termelétricas: Apoiar os investimentos em três unidades termelétricas a gás, alimentadas por terminais de regaseificação de GNL, em São Mateus, Aracruz e Presidente Kennedy.

Unidades de processamento de gás: Revitalizar as instalações e estabelecer preços unitários competitivos para o processamento de gás natural nas unidades de Cacimbas e Anchieta. Avaliar privatização dessas estruturas.

Polo cloro gás químico: Viabilizar e apoiar a implantação de um polo cloro gás químico no Nordeste do Estado.

Tributação sobre o GNV: Reduzir de 17 para 12% a alíquota de ICMS sobre o GNV, incentivando o consumo de gás natural em substituição à gasolina.

Investimentos em água e esgoto: Disponibilizar e viabilizar recursos via Caixa Econômica Federal (CEF) para obras em todo o Estado, a fim de possibilitar o cumprimento da meta de universalização dos serviços de saneamento.

Parcerias Público Privadas (PPPs): Criar agenda de apoio a municípios para que desenhem e apliquem parcerias público privadas na gestão dos serviços de água e esgoto.

Telefonia móvel: Ampliar e melhorar com urgência a qualidade da cobertura de telefonia móvel na região do complexo portuário de Aracruz. Devem ser feitos investimentos para garantir cobertura confiável e melhorar a experiência dos usuários do complexo.

Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória
Gabriel Barros

Produtor web

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, ou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.

Gabriel Barros é jornalista formado pelo Centro Universitário Faesa e mestrando em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atua desde 2018 no jornalismo capixaba. Em 2020, ou a integrar a equipe do jornal online Folha Vitória, em coberturas sobre o cotidiano das cidades do Estado, política e cultura.