Berrantes produzidos no Espírito Santo ganham o mundo e chegam a 15 países Berrantes produzidos no Espírito Santo ganham o mundo e chegam a 15 países Berrantes produzidos no Espírito Santo ganham o mundo e chegam a 15 países Berrantes produzidos no Espírito Santo ganham o mundo e chegam a 15 países
Berrantes produzidos no Espírito Santo ganham o mundo e chegam a 15 países
Berrantes produzidos no Espírito Santo ganham o mundo e chegam a 15 países

Em Venda Nova do Imigrante, na região serrana do Espírito Santo, um pequeno ateliê chama a atenção de compradores de diversas partes do mundo. É lá que o artesão Geraldo Agrizzi produz berrantes de forma totalmente artesanal e envia seus instrumentos para aproximadamente 15 países, incluindo Estados Unidos, Itália, Portugal, México e Paraguai.

Único artesão especializado neste tipo de produção no Espírito Santo, Geraldo confecciona entre seis e oito berrantes por mês, vendidos para clientes nacionais e internacionais. O processo é minucioso: da escolha dos chifres, adquiridos em frigoríficos, até o acabamento e o polimento final.

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Ateliê em Venda Nova do Imigrante já virou ponto de referência

O reconhecimento da marca capixaba é tanto que músicos sertanejos renomados, como Sérgio Reis, Daniel, Zé Neto & Cristiano e Almir Sater, estão entre os clientes fiéis.  Em conversa com Agro Business, Sérgio Reis não poupou elogios: “Berrante igual ao do Geraldo não tem. É peça única, feita com alma, e quem conhece a tradição sabe a diferença”, afirmou o cantor, que levou para casa mais um instrumento da coleção.

Além de ser símbolo da cultura sertaneja, o berrante se tornou um artigo de valor e exclusividade, com preços que variam de R$ 1 mil a R$ 10 mil, dependendo do tamanho, da quantidade de chifres e da raridade da matéria-prima.

Para Geraldo, exportar os berrantes é motivo de orgulho e também um desafio, já que enfrenta dificuldades na obtenção dos chifres, principalmente os brancos, considerados mais nobres e cada vez mais raros devido às práticas de manejo do gado.

“A marca Agrizzi hoje é conhecida no Brasil inteiro e em vários países. O berrante é mais que um instrumento; é um símbolo da nossa história que o mundo está aprendendo a valorizar”, afirma o artesão.

O ateliê de Geraldo, localizado no interior do Espírito Santo, se transformou em um importante ponto turístico da região. Visitantes de várias partes do Brasil e até do exterior vão até o local para conhecer de perto o processo de fabricação dos berrantes e adquirir peças exclusivas. Além de movimentar o turismo, o ateliê também fortalece a cultura local, mantendo viva a tradição do berrante e valorizando o artesanato capixaba.

Cada berrante produzido é feito de forma totalmente artesanal, seguindo técnicas tradicionais que aprendeu com a família. O trabalho começa com a escolha criteriosa dos chifres, que am por um longo processo de limpeza, corte, moldagem e polimento. Em seguida, as peças são cuidadosamente ajustadas para garantir o encaixe perfeito e a qualidade do som. O acabamento inclui detalhes exclusivos, como entalhes e pinturas feitas à mão, o que torna cada berrante uma peça única, com identidade própria.

A tradição do berrante na cultura sertaneja

O berrante é um instrumento tradicional da cultura sertaneja, criado originalmente para ajudar no manejo de boiadas e na comunicação entre os tropeiros durante longas jornadas pelo interior do Brasil.

Feito, tradicionalmente, com chifres de boi ou búfalo, o berrante produz sons que indicam diferentes comandos aos animais — como parar, seguir ou mudar de direção —, sendo considerado um símbolo da vida no campo e da tradição tropeira. Com o tempo, o berrante também ganhou espaço na música sertaneja e em manifestações culturais pelo país.

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Stefany Sampaio
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Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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