Espírito Santo abre colheita do café conilon com expectativa de safra recorde e grãos de qualidade Espírito Santo abre colheita do café conilon com expectativa de safra recorde e grãos de qualidade Espírito Santo abre colheita do café conilon com expectativa de safra recorde e grãos de qualidade Espírito Santo abre colheita do café conilon com expectativa de safra recorde e grãos de qualidade
Espírito Santo abre colheita do café conilon com expectativa de safra recorde e grãos de qualidade

Começou oficialmente nesta terça-feira (14) a colheita do café conilon no Espírito Santo, maior produtor nacional da variedade. O início da safra foi celebrado com um evento técnico realizado na Fazenda Água Limpa, no município de Jaguaré, reunindo produtores, pesquisadores, autoridades e representantes da cadeia cafeeira. A expectativa é que o estado colha 13,1 milhões de sacas em 2025, um crescimento de 33,1% em relação ao ano anterior, segundo estimativa da Conab.

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Colheita simbólica marca início da safra

A colheita do café conilon no Espírito Santo ocorre entre maio e agosto, e o dia 14 de maio foi oficializado por lei estadual como o início simbólico da safra. A data marca o ponto ideal de maturação dos frutos e reforça a importância do planejamento na colheita.

Em 2024, o Espírito Santo colheu 13 milhões de sacas de conilon e exportou mais de 7 milhões, gerando uma receita próxima de US$ 1,4 bilhão. O estado segue como protagonista no cenário nacional, respondendo por 76% de todo o conilon exportado pelo Brasil.

A estimativa da Conab para 2025 é otimista: a produtividade média das lavouras capixabas deve atingir 50,7 sacas por hectare – um crescimento de 35,5% em relação à safra anterior, que registrou 37,4 sacas por hectare.

A área plantada com café conilon no Espírito Santo ultraa 258 mil hectares, com previsão de produção superior a 13 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos. Isso representa um aumento de 33,1% em comparação com as quase 10 milhões de sacas colhidas em 2023.

Além do café cru, o Espírito Santo também se destaca na exportação de café solúvel. Em 2024, foram embarcadas 571,4 mil sacas desse tipo. Só no primeiro trimestre de 2025, as exportações já somam 432,5 mil sacas de conilon e 109 mil sacas de café solúvel.

Em Governador Lindenberg, o produtor Alcebiades Covre já deu início à colheita há cerca de 15 dias e se mostra otimista com a produção deste ano. “As perspectivas são boas. A maturação demorou a chegar, mas agora o café está com boa qualidade e rendimento, tanto de grãos maduros quanto no beneficiamento. Diferente do ano ado, quando os grãos estavam miúdos e malformados”, relata o agricultor, que cultiva 40 hectares e é cooperado da Cooabriel há 16 anos.

Covre também destaca o apoio da cooperativa no período da colheita. “A Cooabriel tem loja própria, dá e com insumos, tem condições de pagamento atrativas e nos ajuda muito na armazenagem e na segurança do produto. Isso tudo faz muita diferença para o produtor”.

Bruno Damasceno, cafeicultor de São Gabriel da Palha (ES)

Em São Gabriel da Palha, o jovem produtor Bruno Damasceno também iniciou a colheita na última semana. Apesar de reconhecer que o rendimento em algumas áreas ficou abaixo do esperado devido ao clima, ele afirma que a qualidade do grão surpreendeu. 

“O café está mais maduro no pé, diferente do ano ado, que não rendeu nem no pé, nem na pilagem”, conta.

Para Damasceno, a escassez de mão de obra é um desafio.

“Em algumas propriedades tem máquina parada por falta de gente capacitada para operar. Se podar na hora errada ou manusear mal o equipamento, pode comprometer a safra seguinte. É preciso muito cuidado”. Ele também reforça o papel da cooperativa na logística e armazenagem. “A Cooabriel é nosso braço direito. Armazena nosso café e garante segurança em um momento de preços voláteis.”

Cooperativa prevê safra histórica

Segundo o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, a safra 2025 caminha para ser uma das melhores da história da cafeicultura capixaba. “As expectativas vêm se confirmando. Estamos no início da colheita e já recebendo café com boa qualidade e em volume. Acredito que será a maior safra do Espírito Santo até aqui.”

Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel

Ele também destaca o papel do clima no bom desempenho das lavouras. “Há muito tempo não tínhamos uma condição climática tão favorável. Desde o final da última safra, no período de florada, até agora, tudo correu muito bem. Os reservatórios estão cheios, e as lavouras com boa umidade”, explica.

Sobre a qualidade, Bastianello afirma que os grãos se desenvolveram com peneiras maiores e boa formação. “A qualidade está acima da expectativa, com grãos bem formados e uma peneira excelente.”

A cooperativa, que reúne mais de 8 mil cooperados, tem intensificado as orientações sobre o cuidado no pós-colheita. “É nesse momento que muitos produtores perdem parte do esforço de um ano inteiro. Secagem inadequada, fermentação indesejada e o uso incorreto de secadores podem comprometer a qualidade. Estamos reforçando isso nas nossas reuniões, orientações técnicas e até por meio do nosso concurso anual de qualidade”, conclui.

Estimativa de safra recorde e preços em alta

Um fator que vem chamando atenção é a valorização do café conilon no mercado. No início do ano, a saca chegou a ultraar os R$ 2.000, e mesmo com uma leve queda nas últimas semanas, ainda mantém um patamar elevado, fechando esta terça-feira (14) cotada em pouco mais de R$ 1.500.

No cenário nacional, a produção brasileira de conilon em 2025 está estimada em 18,7 milhões de sacas, segundo a Conab — um novo recorde da série histórica. Esse resultado é impulsionado, principalmente, pela regularidade climática ao longo das fases mais sensíveis do cultivo, o que favoreceu floradas mais vigorosas e uma boa quantidade de frutos por roseta.

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Stefany Sampaio
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Colunista

Stefany Sampaio revela o universo do agronegócio capixaba de Norte a Sul, destacando dados, histórias inspiradoras, produtores e os principais acontecimentos do setor.

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