A colheita de gengibre já começou no Espírito Santo, principalmente na Região Serrana, e deve se estender até o final do ano. A expectativa para 2025 é que a produção alcance 80 mil toneladas, consolidando o estado como o maior produtor e exportador do país. A maior parte do gengibre capixaba é destinada à exportação.
De acordo com Galderes Magalhães, agente de Extensão e Desenvolvimento Rural do Incaper, a estimativa é que essa produção cresça neste ano.
“Neste ano, esperamos colher em torno de 80 mil toneladas, que serão exportadas para mais de 40 países. É uma colheita um pouco maior que a do ano ado, mantendo o padrão produtivo e com aumento na área plantada. Nossa média é de 60 toneladas por hectare, superior à produtividade de países concorrentes como China e Peru”, explica Galderes.
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Exportações de gengibre devem alcançar mais de 40 países em 2025
Entre janeiro e março deste ano, o Espírito Santo exportou US$ 2,8 milhões em gengibre, com crescimento de 19,9% no volume embarcado. O produto capixaba chegou a 32 países, tendo como principais destinos os Estados Unidos, Israel e Argentina.
A produção está concentrada em três municípios da Região Serrana, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins, que juntos respondem por 90% da área cultivada no estado.
O clima da região é um dos fatores que favorecem o cultivo. A combinação de temperaturas amenas, alta umidade e a dedicação dos agricultores familiares garantem um produto de alta qualidade.
“A Região Serrana tem um clima ideal para o gengibre e, além disso, contamos com a força da agricultura familiar. O produtor está na lavoura todos os dias, atento a pragas, doenças e manejos. Esse cuidado faz toda a diferença na qualidade que chega ao mercado”, afirma Galderes.
O gengibre começou a ser cultivado no Espírito Santo na década de 1970, em Santa Leopoldina, e desde então vem ganhando espaço. Em dez anos, a área plantada mais que triplicou: ou de 313 hectares em 2014 para 1.070 hectares em 2023. Já a produção saltou de 12,9 mil toneladas para 63,8 mil toneladas no mesmo período — crescimento de 395%.
A cadeia produtiva exige atenção desde a escolha da muda até o transporte, ando por etapas como análise do solo, tratos culturais, colheita, lavagem e secagem. Todo esse cuidado é essencial para garantir a durabilidade e a qualidade do produto nos mercados consumidores.
“Durante a colheita do baby ginger, por exemplo, o produtor elimina a parte aérea para facilitar a retirada do rizoma e evitar contaminações. A lavagem também exige pressão adequada para não danificar a película do gengibre. A secagem é outro ponto crítico, já que a umidade aumenta o risco de fungos pós-colheita”, destaca Galderes.
Líder absoluto no cultivo e exportação do rizoma, o Espírito Santo é responsável por 75% da produção brasileira e por 57% das exportações nacionais de gengibre. Em 2024, a produção estadual foi estimada em 77,7 mil toneladas, com destaque para os municípios de Santa Leopoldina (31,5 mil toneladas), Santa Maria de Jetibá (26,4 mil toneladas) e Domingos Martins (16,3 mil toneladas). Os outros produtores são Itarana (2 mil toneladas), Cariacica (600 toneladas), Marechal Floriano (600 toneladas), Santa Teresa (322 toneladas) e Alfredo Chaves (50 toneladas).
A produtividade média atual da cultura no estado é de 60,5 toneladas por hectare, e a renda gerada nas propriedades rurais chegou a R$ 293,4 milhões em 2023, segundo a Gerência de Dados e Análises da Seag, com base em levantamento do IBGE, Agro e Incaper.
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