Eleições 2026

“Quero juntar nosso grupo numa candidatura única”, diz Casagrande sobre sucessão ao governo

Governador diz qual será sua "tarefa principal" na corrida eleitoral do ano que vem e que tem dois caminhos abertos, pela frente

Leitura: 4 Minutos
“Quero juntar nosso grupo numa candidatura única”, diz Casagrande sobre sucessão ao governo “Quero juntar nosso grupo numa candidatura única”, diz Casagrande sobre sucessão ao governo “Quero juntar nosso grupo numa candidatura única”, diz Casagrande sobre sucessão ao governo “Quero juntar nosso grupo numa candidatura única”, diz Casagrande sobre sucessão ao governo
Renato Casagrande (foto: reprodução/Exame)
Renato Casagrande (foto: reprodução/Exame)

O governador Renato Casagrande (PSB) disse que tem como “tarefa principal”, para o debate eleitoral de 2026, organizar sua sucessão ao governo do Estado, juntando em uma só candidatura todo o grupo que o acompanha.

Hoje, na base aliada de Casagrande, pelo menos três nomes disputam com mais afinco a benção do Palácio Anchieta para a corrida eleitoral: o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), o deputado federal Josias da Vitória (PP) e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido).

O que a gente está querendo é juntar todo mundo. A gente tem, pelo menos, o Ricardo, o Da Vitória – que é coordenador da bancada –, tem o prefeito de Vila Velha. Essas pessoas têm desejo de candidatura também, mas (queremos) juntar em torno de uma candidatura única. Minha tarefa principal é essa: é organizar a sucessão”, disse o governador à revista Exame, numa entrevista em São Paulo, transmitida ao vivo na tarde desta sexta-feira (13).

Nos últimos dias, aumentaram as movimentações, principalmente entre os três nomes, a respeito do debate eleitoral que o próprio governador itiu, na entrevista, estar muito antecipado.

Ricardo tem rodado o Estado e recebido apoio de prefeitos. Alguns, inclusive, têm organizado eventos políticos com lideranças da região no intuito de fortalecer o nome do vice-governador. Na última segunda-feira (09), sob convocação do prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), mais de 6 mil pessoas lotaram uma casa de shows num evento em que Ricardo foi apresentado como o próximo governador.

Já numa reunião no Palácio Anchieta, Da Vitória colocou seu nome no jogo, pedindo a preferência por conta do peso que terá a federação União Progressista – que futuramente irá presidir – na aliança. Ele quer disputar a majoritária: a segunda vaga ao Senado, numa dobradinha com Casagrande, ou a vaga ao governo, caso Ricardo não se viabilize.

Do lado de lá da Terceira Ponte, Arnaldinho também se movimenta. Publicou um artigo em que dá o pontapé inicial em sua própria corrida eleitoral, que consiste em viabilizar o próprio nome para além dos limites de Vila Velha e encontrar um partido que banque sua candidatura. O prefeito teria, em mãos, pesquisas que colocariam seu nome como competitivo.

Caminhos abertos

Na entrevista, Casagrande disse que tem dois caminhos a seguir e que os dois estão abertos. Mas que, se deixar o Governo do Estado para ser candidato ao Senado, Ricardo Ferraço se torna o candidato preferencial e natural.

“O debate está muito antecipado. Eu tenho duas opções: ou fico no governo ou saio para ser candidato ao Senado (…) Os dois caminhos estão abertos (…) Se eu saio para ser candidato ao Senado, Ricardo vira o governador. Então, ele vira um candidato preferencial, natural, porque se ele assumir o Governo pode ir à reeleição. Isso interessa também a outras lideranças, porque ele ficará só quatro anos”, disse Casagrande, apontando para qual deverá ser o principal argumento para juntar o grupo – aqui, no caso, em torno do nome de Ricardo.

Em conversas anteriores com a coluna, interlocutores do Governo do Estado disseram que esse deve ser o diálogo com os aliados que querem concorrer: o de apoiar agora Ricardo Ferraço porque ele, se reeleito, ficará apenas quatro anos à frente do Palácio Anchieta – já que se assumir a cadeira em abril do ano que vem, soma como um mandato.

Isso antecipa o debate e diminui a fila dos que sonham em comandar o Palácio Anchieta. Por ora, o argumento não tem surtido muito efeito prático, principalmente com relação ao prefeito Arnaldinho.

LEIA TAMBÉM:

A força demonstrada por Euclério em evento pró-Ricardo

Federação declara apoio a Casagrande e a Ricardo, mas quer protagonismo no jogo

Arnaldinho no jogo para 2026

Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.